Estatísticas e política.

Eu não estava nem um pouco a fim de dar opiniões diretas sobre estas eleições, afinal por estes tempos não tem faltado os incríveis sociólogos ultra politizados de temporada. Que representam bem que a política sempre foi um assunto considerado de intelectuais, mesmo que os intelectuais em questão só tenham a dizer as mesmas coisas agressivas e sem foco. Mas, de repente, me senti incomodada e resolvi escrever. Mais uma, dentre o que já havia até demais. Mas vamos lá.
Dito isso, o fato: a política é um Judas a ser malhado. E assim começa a palhaçada.
Partindo da falta de esperança aliada ao oba-oba que virou xingar políticos, vem as estatísticas. O indicador (IBGE, DataFolha, Voxi Populi), recebe a encomenda da emissora ou do jornal e tira em proporções, a média de votos de cada estado. Consultam na pesquisa apenas cerca de 3 mil pessoas - sendo otimista - dentro de uma população de 190 milhões. Tenho uma amiga que trabalha para estas estatísticas e ela me falou que "os números são muito bem calculados e as proporções muito bem feitas", quando me explicava o processo.
Parece que de tanto número, esqueceram que estão contando pessoas. Que mudam de opinião, que são volúveis, que não se decidiram etc. As estatísticas são terrivelmente falhas.
Mas dificilmente erram porque elas são a propaganda dos principais candidatos, geralmente um oposição radical do outro. Exemplo disso, eu mesma. Gosto do Plínio, mas tenho preferência pela Marina. A forma dela de se posicionar e de reagir as questões para mim é a melhor.(falo isso ao invés de falar de propostas porque as propostas são basicamente as mesmas, exceto os partidos de extrema esquerda) Mas tenho um profundo desgosto pela trajetória da Dilma e pela forma de se posicionar dela.(Fora que a Dilma só assumiu cargos de confiança, nunca foi eleita pelo povo pra governar nem uma padaria.) E por causa disso, fico tendenciosa a votar no Serra. Conversando com o meu pai, ele reclama de eu querer votar para a Marina. Diz que é "chutar cachorro morto". E esse tipo de pensamento é o único resultado das estatísticas; interferir no voto (e nas bolsas, claro).
Acaba que não se vota em quem de fato prefere e sim tentando impedir que o pior - pra quem quer que seja - se eleja. Reparei a mesma tendência conversado com pessoas por aí e lendo blogs. Também notei muita exigência para pouco aproveitamento. Avaliações de candidatos por propostas das quais não vão usufruir, esquecendo daquelas que pesam realmente no bolso e na qualidade de vida. Coagindo - sim - os políticos a prometerem oceanos para nós, obras gigantescas, esquecendo do essencial. O candidato quer fazer obras paternas pra agradar a maioria e acaba não fazendo o que tem que fazer, pensando se eleger de novo, depois. Claro que há a safadeza política, mas nós temos nossa culpa. Polemizando Tiririca, Maguila e outros, mas qualquer um tem o direito de se candidatar. Besta é aquele que vota.
E assim, se une a falta de esperança com a esperança de escolher a opção que vai excluir a pior delas.

Esse meu post é para que eu me convença a esquecer das estatísticas e cuspir nesse sistema. Não sou socióloga. Sou cidadã, tentado defender o meu voto de toda essa alegoria que foi montada para a festa da democracia. Bah.