sábado, 13 de fevereiro de 2010

O Ambulatório de Losterh

No fundo da mente, estão as prateleiras
Pingando o conteúdo de seus frascos, em gotas de pura agonia.
É bem naquele trecho, onde a memória tenta fazer a meia-volta e correr;
Daquele buraco negro, que cataliza as sensações.

Seringa, bisturi, tesoura, agulha
No meu ambulatório, só ofereço a dor.
Entre, querido, fique a vontade
Beba da minha dopamina
Beba da minha saliva
Que eu vou arrancar esse apêndice que para nada te serve

Livre-se do vício, eu arranco seu braço
Livre-se da depressão, eu furo seus olhos
Livre-se da indisposição, eu te injeto sulco gástrico

(Teu hábito é crônico?)

Bandagens, inalador, talas e coletes
No meu ambulatório, eu só ofereço a dor.
Eu sei que você queria um afago
Mas e esses núcleos instáveis, na sua cabeça?

A fuga da dor é éter (corre, cachorro, atrás do rabo)

São só alguns ml,
Poucas gotas,
Na potência máxima,
Na freqüência rápida!

Senão, cuidado
A doença vai gangrenar seu cérebro
(Cortem as cabeças!)

No meu ambulatório, eu só ofereço a dor.
Ampute a liberdade, amigo
Antes que ela te prenda.

6 comentários:

  1. qdo/se tu resolver oferecer afago, nêgo vai buscar dor no ambulatório de outro. ofereça dor, q é certeiro. pq a massa-paciente é quem (de)manda.

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  2. se bem q mudei de idéia... nestes dias a massa anda querendo é felicidade. cê ta nadando contra a correnteza... negócio arriscado e subversivo o seu, pensando melhor... só pra variar, né?!

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  3. Errar, sofrer e mudar a perspectiva. Eu acredito. He!

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  4. Oii!! Te indiquei para um selo =)

    Vai lá pegar!
    abraço

    Carol

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  5. Mais uma dose, garçom.
    Hoje vai até vumitâ.

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Olá. Você, sendo você mesmo, não é bem vindo aqui. Mas se você for qualquer outra pessoa, sente-se no chão e coma uma xícara de café.

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