quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Sala de espera

Entrou na sala e sentou no sofá da frente. Recusou o café e ficou com vergonha de pedir a água. Aceitou um biscoito. Era seco feito uma lixa. Rearrumou a posição das pernas. Se sentiu ridículo com seus braços. Ia pegar uma revista e então, perguntaram sobre política. Pensava todas as coisas, mas queria falar naquele momento. Não naquele momento. Mas não conseguia negar uma boa briga. Um bom debate.

Estava estafado e debateu mal. Argumentou inquieto. Tiraram os biscoitos de perto dele.

Queria água. Fazia calor e suas roupas encolhiam. Sua barba crescia. Pensava todas as coisas, mas não gostaria de fazer. Não agora.
Decidiu que pentearia os cabelos. Por anos. E só.

Estava velho, mas sentiu vontade de pular um muro. Sentiu outras vontades, mas por fim tomou uma atitude: pediu um copo dágua. Ela veio quente e podre, com espécies novas multiplicando dentro. Ele bebeu.
E mudou a posição das pernas. A dor do formigamento, de anos estático foi muita. Mas ele não morreu. E assim foi o seu grande dia.

Um comentário:

Olá. Você, sendo você mesmo, não é bem vindo aqui. Mas se você for qualquer outra pessoa, sente-se no chão e coma uma xícara de café.

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