quinta-feira, 7 de outubro de 2010
Dione.
Era a última picada. Corria o mais que podia com a bolsa da mãe. Não restava mais merda nenhuma, já havia pegado gonorréia e sifílis. Mesmo quando não era pra satisfazer seus clientes e sim a si mesma, não conseguia sentir prazer com seu membro podre e purulento. Talvez devesse estar chocada porque viu o namorado ser comido por um policial para que não fosse em cana, mas não estava. Ela certamente faria a mesma coisa, mais tarde. A boca entreaberta, o olho ficando escuro, dum preto que é só aquele do chorume, do decomposto. Na pressa, queimou a mão ao invés da colher e quebrou a agulha. Não deu importância e nem havia porque dar. Não sentia em si mais nada que necessitasse de algum cuidado.
Sem titubear, forçou a agulha sem ponta na veia do pescoço, a única que ainda conseguia ver. Sangue pra todo lado, uma dor que durou segundos. Agora, não era mais ela. Era a heroína.
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Inspirada por "Christiane F.", essa porcaria de filme medroso.
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a parte de força a agulha no pescoço;;;achei interessante...ate recriei a cena em meu pensamentos...
ResponderExcluirNossa, que palavras tão pútridas! hahaha' Gostei do texto... ;D
ResponderExcluirhttp://desquotidiano.blogspot.com/
Christiane F., sempre inspirando... Bowie é do outro mundo, nem tem como falar nada... adoros textos punks assim, quebrando tudo.... great!
ResponderExcluirNss muito bom seu texto.. o estilo meio como disse francobel Punk nss cara ficou muito legal !! Parabens
ResponderExcluirhttp://projetosdeumlouco.blogspot.com/
Tenso, bem cena de filme mesmo!
ResponderExcluirMas isso não era uma cena do filme. Quem dera se fosse.
ResponderExcluirQue situação tensa, mesmo não sendo uma cena de um filme, me lembrou muito um que é excelente "riquem para um sonho". Muito bom o texto1
ResponderExcluirabraço,
www.todososouvidos.blogspot.com
é! isso ai , a literatura precisa de mais gente se inspirando em filme ruim!!!
ResponderExcluirnossa gostei nao huahuhauauaa
ResponderExcluir"Agora não era mais ela, era a heroína". QUe passagem forte e ao mesmo tempo poética. Você faz um tipo de texto profundo, que nos remete aos mais obscuros temas. Mostra de forma bem realista o lado podre das coisas. Gosto muito do seu blog!
ResponderExcluirhttp://estacaoprimeiradosamba.blogspot.com/
Imaginei, q o final poderia ser esse. Estilo do blog bem tenso. Gostei. Diferente. To seguindo. É postar que comentarei.
ResponderExcluirFloww
http://estilodistinto.blogspot.com/
"Agora não era mais ela, era a heroína". Que passagem forte e ao mesmo tempo poética. ²
ResponderExcluirO texto é forte mesmo, mas achei a moça fraca... :s
Sucesso ae, e parabéns... :*
http://guardeparaosdiasdechuva.blogspot.com/
Noooooooooossa :O
ResponderExcluirAcredito que todos nós temos um lado assim, só que muito não tem coragem de revelar.
Adorei meo *O*
MUITO BOM...O TEXTO...O VIDEO DEU UM TOQUE A MAIS...
ResponderExcluirObrigado Pela visita em meu Blog.
ResponderExcluirAdorei o seu blog!
ResponderExcluirParabéns!
Bowie participa do filme também... lindo, com a protagonista doidona olhando pra ele da platéia...
ResponderExcluirEle no palco, claro, num show que christiane tava se pocando pra ver... e quem não se pocaria?
ResponderExcluirMucha gente...
É, das partes mais legais do filme. Mas aquela atriz é muito ruim, meu. Ela podia estar muito mais doida naquela hora. Num show do Bowie, ainda. Putz. Mas filme de livro é difícil quando sai algo que preste. Esperava tanto do filme, fiquei meio chateada quando vi que era uma porcaria, rs.
ResponderExcluirSe "pocando"? Que gíria é essa?
eletrizante a sua maneira de descrever, a narrativa é impecável ao ponto da cena se tirnar nitida imediatamente, perfeito e surpreendente... parabéns e passo aqui mais vezes!
ResponderExcluirque tenso, pela sua narrativa percebi que você pode ser uma boa diretora de filmes de ação e suspense.
ResponderExcluirInventei essa gíria agora, acho... enfim, realmente o livro é melhor, mas o filme também é bom, na minha opinião... ele não é um filme exagerado, é mais no estilo realista, por isso a atriz parece ruim... mas não é um filme americano, se fosse Hollywood, sairia algo do tipo Garota Interrompida, sei lá...
ResponderExcluirFaz tempo que assisti, nem lembro dessa coisa de ela sair pelada na rua... gosto quando ela pinta o cabelo de vermelho, rs.
ResponderExcluirPerturbador e envolvente, mas, coitada da heroína!
ResponderExcluirEste filme é mesmo de meter medo.
Te sigo.
Muito forte, até meio nauseante ( no bom sentido?) para uma passagem tão curta. Eu não sei se você se inspirou em Christiane F. mas me lembrou bastante o livro. Mas, devem ter existido muitas garotas com histórias tristes assim, infelismente.
ResponderExcluirvisite: http://fernandaamylice.blogspot.com/