sábado, 29 de agosto de 2009

Olha, vou falar uma coisa.

Se a vida fosse voltada para a chatice e nosso objetivo fosse apenas fugir disso, acho que estou deixando muito a desejar. Chatice que tem a ver com a sensação de tédio, que mesmo após o dia mais incrível chega, junto da insônia, quando o breu aparece. A sensação de que o mundo gira veloz, como um furacão, enquanto eu fico aqui, tediosa, arranjando motivos para dormir, ou para fazer qualquer outra coisa que deveria fazer e não estou com a mínima disposição. E quando mais motivos eu arranjo, adivinhe! Mais eu penso e mais consumo aquele tempo que tinha tudo para ser mais segundos inúteis e imemoráveis em minha vida.

É sempre do breu, é sempre do tédio, do nada, que me vem a vontade de fazer algo que me deixe viva, segundo a premissa acima. São nesses momentos a sós com o papel e a caneta, ou mesmo com o blog e o teclado, que fazem toda a poesia que é viver ser mais apreciada e não só engolida na hora da sensação. São nestes momentos em que se esvazia das sensações e fica apenas vazio, pronto para apreciar uma nova sensação de forma limpa.

É ser conquistado ao invés de saciado. Claro que esse estágio não é simples. E exige paciência e tempo.

Vezes achei que precisava de mais tempo para viver. Mas o tempo é um grande sacana. Cada hora ele acaba de uma forma diferente. E se essa forma não for satisfatória, raro há tempo para retorno. Se tudo sair como se quer, se quer todo o tempo para aproveitar. Mas o tempo só oferece uma parcela bem pequena de sua bondade. Fico indignada com isso. Tudo parece girar em torno da falta de tempo que tenho para fazer todas as coisas e aproveita-las. Ou mesmo nem só para isso. Para correr atrás das escolhas mal feitas.

E nesse tempo, onde vivo, por Osíres! Parece que não há naturalidade. Sempre jogando com a conseqüência. Correndo atrás de prejuízos e querendo mais tempo para tentar. De novo.

O tempo não é tão curto, se for parar pra pensar. O tempo, talvez seja insuficientemente suficiente.

Para que haja muito mais tempo para todas as outras coisas que não dedicamos nem um minuto de atenção. E que mereçam mais que isso. Por isso amo o tédio. No tédio, a busca não é suficiente. Você de repente é buscado por algo. Conquistado, como já disse. Esse estado é o breu. E por isso, todos os dias, espero ansiosamente sua chegada. O escuro total, a mortidão das luzes. É lá que o tempo para. No tédio, no cinza, no preto. No estado em que estou livre para ser qualquer coisa.

4 comentários:

  1. Acredito que essa questão referente ao tempo de forma geral, é um tanto quanto complicada sabe... Pois eu mesmo, se pudesse, voltaria no tempo pra corrigir muita coisa, ou aproveitar alguns, senão vários espaços que nos quais ficaram em branco, ou até mesmo curtir momentos que foram bons porem curtos. Mas hoje independente que seja no breu ou não, sei que tenho que viver o presente da melhor maneira possivel, e do passado relembrar as glórias, mesmo que poucas e do futuro?! Ah! Do futuro é outra história, que só cabe a mim escrevê-la.

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  2. RÁ, achei sua primeira postagem (acho que é essa ¬¬)
    O tédio realmente é foda, ele é chato, mas a criatividade vem com ele. Ele é como se fosse um carteiro, ou sei lá o que.

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Olá. Você, sendo você mesmo, não é bem vindo aqui. Mas se você for qualquer outra pessoa, sente-se no chão e coma uma xícara de café.

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