quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Eu tenho uma doença que não tem nome. Já tentaram nomear e já tentei procurar, mas será sempre um compêndio. Ou nenhum compêndio. Tenho em minha cabeça questões que não consigo dividir e que me parecem também, não cruzar o caminho de ninguém. O dia não está ruim, recentemente acontecimentos extremamente positivos aconteceram, mas algo uno, uma fagulha de aço flutuante em um oceano, mareia pensamentos de fundo bizarros. Às vezes é como se eu não estivesse aqui. Qual seria a beleza de observar a própria morte, em vida? Pode parecer um pensamento mórbido, depressivo e não é. Mas ninguém entenderia isso, porque é o tipo de movimentação do raciocínio onde me sinto tão descolada de todo o tecido da realidade, que explicar seria tão gigante e enfadonho, que as letras vão se cansando pelas linhas e perdendo o fôlego, antes mesmo de terminar o prelúdio de onde querem chegar. 

A minha relação com a morte, ninguém nunca vai ser capaz de entender realmente. 

Um comentário:

Olá. Você, sendo você mesmo, não é bem vindo aqui. Mas se você for qualquer outra pessoa, sente-se no chão e coma uma xícara de café.

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