Camaleão

Camaleão chama meu nome, porque ontem ainda fui o que serei só amanhã pela manhã, pelo sábado de manhã, por qualquer dia que passe e que não seja ess segundo, esse único segundo em que me chamo EU NO MEIO DE TUDO ISSO.

A filosofia me disse séculos de sabedorias milenares, atestadas e comprovadas de selos de qualidade de quem perdeu todos os selos da cabeça. De quem afirmou para desarfirmar depois ou de quem morreu batendo a cabeça na parede. Chamo o camaleão não porque muda, mas porque foi o primeiro bicho que me veio a cabeça e com isso a primeira palavra do texto e com isso o texto que se seguiu.
Porque eu sou o que me vem primeiro a cabeça e sou o que me vem por último; em qualquer fase da vida, com qualquer elemento que tenha visto ou conhecido, esse conjunto de átomos diz EU e eu sou composta de tudo que todo mundo já sabe, mas o acaso faz o que é igual se tornar completamente diferente.