sexta-feira, 2 de novembro de 2012
Eloquencia do fugitivo
Eloquência do fugitivo
Correu do trombadinha, do trabalho, da família, da faculdade e dos amigos. Fugiu na maioria das mãos no poker. Correu do assunto, do silêncio, da conversa, da maconha e da cerveja. Correu do demônio, correu da igreja. Da vizinhança. Do refrigerante vagabundo.
Quanto mais corria, menos percebia que a fuga te dava lepra. E tudo o que almejava ia caindo dela, dando lugar a cascos de certezas, armaduras intocáveis. O que não queria da vida ainda estava lá, tentando catequiza-la, esperando lhe dobrar as pernas para enfeitar com um cabresto.
Sabia o que queria. E todas as vezes que encontrou, fugiu.
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Enfeitar as pernas com um cabresto, ou uma muleta.
ResponderExcluirFaz bein:
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