sábado, 21 de abril de 2012
Olá tardio ao momento mágico
Abriu a porta, sentou na cama e dormir seria o máximo. Mas só sentou. Estava tão cansada e a casa estava uma zona, cacos de espelho, louça suja e roupas de vários dias criando abrigo a falta de compostura que a esperança estava. O silêncio tinha sabor. E o olhar dela, fazia pouco até de deus.
Havia ido bem na prova, o trabalho estava maravilhoso, os amigos estavam voltando, a cerveja foi gelada. Era sete da manhã e dormir ainda seria o máximo. Mas tinha seus bifes comidos pelas lembranças; sua própria carnificina exposta ao silêncio inquieto de sua casa, agora tão pequena, tão caótica, tão sua. Não se importou de perder seu momento mágico, sua termoestabilidade, preferiu permanecer sobre a carcaça do que esparrama-la, como seria perfeito fazer. A janela aberta era na expectativa de cobrir de poeira tudo aquilo. O clima era agradável. Daria algumas horas e então daria valor ao que tinha, a casa estaria arrumada, a ressaca no fim, um café preto e forte. Agora não. A vida é bela quando tem quem a admire, beleza sem espírito é uma paisagem a dois reais numa moldura estúpida.
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Delícia de escrito.
ResponderExcluirPra comer mesmo isso.
De incrível profundeza! Senti solidão, senti frio. Este texto alcançou minha alma pela janela do olhar e então fiquei desolado. Há muito ouço falar no poder das palavras, mas acho que é a primeira vez que estive em profundo contato com essa energia misteriosa. Parabéns!
ResponderExcluirHi, I came across your site and wasn’t able to get an email address to contact you about a broken link on your site. Please email me back and I would be happy to point them out to you.
ResponderExcluirThanks!
Madison
maddie0147@gmail.com
Se eu pego uma mina dessas "ela só vai parar de tremer no ano novo."
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