Às vezes, eu acho que tenho muito pouco, mas me sinto confortável com o que tenho. Quando de repente, aquilo que possuo me despeja e então fico na rua, no frio.
Reconstruir-se é tão necessário, mas é quase cruel. Principalmente quando se faz a terrível comparação entre presente e futuro. E pior do que não ter mais o que já fez tão bem, é saber que aquilo ainda existe, mas nem mesmo aquela própria coisa pode ofertar o que um dia ofertou. E então, as probabilidades de se viciar de hábito, de repente, parecem menores e perturbadoras. Mas é importante aprender que roupas bonitas ficam velhas e pequenas, que a lente do óculos começa a ficar fraca, que o bonito batom acaba, que as tatuagens ficarão incoerentes.
E aparecem as rugas, doenças, pessoas morrem e sentimentos também. E mais importante: fatos acontecem. E esses fatos são como novas peças no quebra-cabeça, que se infiltram no jogo e não permitem mais que você se encaixe com aquelas peças com quem estava tão acostumada.
Hoje, eu vi o traficante. E ele me ofereceu um pouco daquele delicioso hábito.
E eu, com as mãos trêmulas, disse não.
Tudo é passageiro, por isso temos a necessidade de fazer cada minuto valer a pena.
ResponderExcluirVocê escreve bem, eu gostei do post (apesar de eu achar essa imagem que você usou muito viajante).
Também já disse não há este delicioso hábito e sinto muito orgulho de mim por isso. Você me deve um comentário hein! Beijos. Voltarei aqui mais vezes.
ResponderExcluiras vezes me pergunto qual é pior, o desespero dos velhos vícios ou a melancolia nostálgica da eterna abstinência.
ResponderExcluirrs, 2011 vai ser um pega daqueles contra vicios e vicious. entre eles vc.
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