domingo, 6 de dezembro de 2015

Derretendo meus pés na escada da qual saí há seis minutos

Os dentes afundam uns nos outros. Mordo meu próprio queixo e minha testa ao mesmo tempo. Ouço uma criança rir de fundo vejo vultos na parede sinto a aproximação de pessoas que não existem

Estou com frio. Sou como uma porta giratória para espíritos imateriais, com pragas errantes. Meus pés estão derretendo no asfalto da escada da qual saí há uns cinco minutos.

Aí a música começa. Me torno uma outra coisa qualquer , mesmo com tanta gente, sinto que estou sozinha. E me torno uma outra coisa ali em silêncio,  na calada da platéia não iluminada, me torno alguém melhor do que eu sou.

Olhando meus pés derreterem na escada que estive há seis minutos.

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