Não entendo listas ordenadas. O que é determinar "quais suas bandas favoritas" de um a dez? Não é anular o fato de que, em um estado de espírito será uma e em outro, será outra?
Por mais que haja uma comida favorita, um lugar favorito, um filme favorito, ele não é favorito o tempo inteiro.
Eu trabalho em um sebo e estudo biblioteca. Aparentemente, a palavra-chave para o que eu faço é ordem: organizar os livros, organizar catálogos, organizar o espaço, entre várias outras coisas. Mas, deve-se compreender que cada livro não pertence necessariamente a apenas uma estante, pois fala de mais de um assunto; e que as pessoas vão mexer e mudar os livros de lugar e assim, cada uma criará uma nova seção, a seção dela mesma; e que essa seção se unirá a outras seções, de outras pessoas.
Se não houver uma sincera compreensão de desordem, não é possível encontrar nada. Não é possível encontrar os livros que são mais procurados. Não é possível encontrar qual é o ponto da loja que as pessoas preferem para olhar os livros que interessaram a elas.
A ordem leva a crer que há um destino, uma certeza, uma verdade incombatível. Que está ali, que está seguro. Quando na realidade, tudo é tão aleatório, tudo para ser depende de tanta coisa, que a ordem é falha e facilmente combatida. Nossa natureza é mutável e perecível.
A própria lógica, exata, sempre faz sentido e para isso, não necessariamente segue uma ordem.
A ordem apenas norteia. A ordem não tem as soluções. A ordem é só uma direção (e às vezes, nem isso), que aponta para o caos, o verdadeiro senhor de todas as coisas. Quem só é capaz se basear na ordem, se perde.
Eu sempre desconfio das pessoas superdeterminadas e superorganizadas. Ou tenho pena. Ou algo assim.
ResponderExcluirNão existe uma ordem absoluta, e sim em relação a algum critério. Assim, uma ordem não é verdadeira, somente útil.
ResponderExcluirGrande abraço
perplife.blogspot.com
Maravilhosa.
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