Diga que as frases as vezes saem mal construídas, que os refrões aparecem no meio e que a música ainda não estava completa. Diz que é só uma parte da dança, que o salão é enorme e o nervoso se apossou de suas posses de repente e em outro repente nada fez sentido.
Diga que é mentira, diga outra mentira, que o que passou passou e essas simples palavras podem apagar tudo de tudo e o que caiu se ergue com a mesma facilidade que foi ao chão. Que espelhos quebram, mas os cacos não deixam de refletir.
Diga que não pensa mais e assuma que quer ganhar tudo, quer dizer e desdizer para não perder pelo que disse, que quer fazer e desfazer como uma máquina do tempo.
Que ser e não ser ao mesmo tempo pode, deve e está neste momento feito.
Que o surdo não entendeu e a memória comeu.
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