quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Névoa



A mulher agora tem os pés no chão, mas o pisa com uma tortuosa força que a terra é obrigada a se rebelar. As escolhas tem se recolhido na névoa, esperando serem vistas após um avanço mais imediato, mais visceral.

A terra olha pra sua filha e vê cada passo esmurrando-lhe a cara, o solo, que antes a comia de desejos, agora só um veículo a qual passa e nem olha.

O demônio não a leva, a deixa ir; ela pisa com força, ela precisa os passos, ela precisa andar. A garganta vai ficando úmida e os cabelos vão sumindo a quem olha de longe.

O dia brilha em cinza, seus risos são consumidos por uma alegria desconhecida, amarrada em árvores de memória, neste mesmo chão.

Caminhará todo o inferno e não se importará de andar mais; mas este purgatório da convivência, de salas e mais salas de espera, não.

O fato é que, enquanto não estiver sozinha, sempre se sentirá só.

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Olá. Você, sendo você mesmo, não é bem vindo aqui. Mas se você for qualquer outra pessoa, sente-se no chão e coma uma xícara de café.

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