terça-feira, 2 de outubro de 2012

Espaço

S - A convivência tem um cheiro escroto. Porra de gente que exala do hálito dos teus hábitos calculados, adestrados, prontos para se redimir na primeira curva de repressão
Quantas desculpas você está devendo pedir, das culpas que não se arrepende?
F - Minhas tripas não se desculpam pelas merdas que fazem, eu sim. Minhas tripas são orgulhosas e eu sou parte do que elas produzem

S - Elas produzem apenas o que você é capaz de produzir. Um regurgito inutriente de você mesmo, tentando se servir nas taças de suas amizades convenientes, tentando explicar e incorporar suas razões em ateus promíscuos, da fé e de si mesmo, tentando provar que tem um espaço útil neste chão que pisa
F - Não há lugar pra mim, vou nos lugares apenas pra dizer que fui. Sentir-se bem neles é outro negócio

S - O chão te pisa, as mãos se apertam, os olhos te olham. Você é só isso mesmo, só um punhado de idéias mal costuradas, uma caricatura do que gostaria e não pode ser. Incapaz. Inconveniente. Sofrível.
O teu espaço é este, mínimo triângulo sem expansão. A convivência em se debater dentro de quem se é, dentro de quem pode ser, muito menos de quem criou transparecer

Qualquer porra neste espaço que tua corrida não ultrapassa, evolução a que se permite, visão esta a que tua doença exige.


Com Francorebel

2 comentários:

Olá. Você, sendo você mesmo, não é bem vindo aqui. Mas se você for qualquer outra pessoa, sente-se no chão e coma uma xícara de café.

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