terça-feira, 2 de outubro de 2012

Cartilha

Sabor era o gosto de catarro em pedra, que falava pela sua rouquidão. O homem dobrou a rua, pegou um jornal do chão, cuspiu do outro lado e tentou ler alguma coisa. Leu o que aconteceu ontem, anteontem, na vida de fulano e de cilano - e enquanto isso, estendia os passos mais devagar, para não atrapalhar a leitura -
Se informou do que achou que fosse polido saber. Decorou o caderno de ciência e de política. Chegou em casa e recitou a recém adquirida sabedoria, ditou a cartilha do dia aos filhos.

Mas sua garganta doía como quem engoliu farpas de ferro. E seu hálito era tão podre quando seu raciocínio, em decomposição.

3 comentários:

  1. E estas foram as incríveis aventuras da máquina de repetir palavras

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  2. Quando você vai começar a escrever coisas grotescas?

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Olá. Você, sendo você mesmo, não é bem vindo aqui. Mas se você for qualquer outra pessoa, sente-se no chão e coma uma xícara de café.

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