Sabor era o gosto de catarro em pedra, que falava pela sua rouquidão. O homem dobrou a rua, pegou um jornal do chão, cuspiu do outro lado e tentou ler alguma coisa. Leu o que aconteceu ontem, anteontem, na vida de fulano e de cilano - e enquanto isso, estendia os passos mais devagar, para não atrapalhar a leitura -
Se informou do que achou que fosse polido saber. Decorou o caderno de ciência e de política. Chegou em casa e recitou a recém adquirida sabedoria, ditou a cartilha do dia aos filhos.
Mas sua garganta doía como quem engoliu farpas de ferro. E seu hálito era tão podre quando seu raciocínio, em decomposição.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
E estas foram as incríveis aventuras da máquina de repetir palavras
ResponderExcluirdecomposição midiática.
ResponderExcluirQuando você vai começar a escrever coisas grotescas?
ResponderExcluir