segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Seleção


Não era garoto fácil, que dava o ar da graça sem ser muito bem remunerado por isso. Seu vocabulário possuia apenas três palavras, cuidadosamente selecionadas como os mais inebriantes vocábulos, os únicos que valiam a pena de serem ditos. Ouvia apenas uma única música quando entediado, de um fulano pouco conhecido dos anos 20. Seu cavalo de montaria era um ogipe, cujo nome impronunciável de escrita fenícia foi dito apenas uma vez, em uma seleta roda de amigos. Sua boca só sentiu o gosto das tetas de uma mulher, a senhora sua mãe, que segundo a lenda tinha o melhor mamilo da Serra Leoa. Sua roupa era tão exclusiva que nem ele mesmo nunca a havia usado.
Seus olhos jamais poderiam ser maculados pelo comum, pelo povo ou massa. Ele apenas abrirá os olhos a léguas abaixo do nível do mar, dentro da boca de um peixe abssal.
Ele revela que só uma vez foi surpreendido. Um dia congelou o tempo e não tinha nenhum casaco. Só as canelinhas brancas se tremendo dentro da meia larga. Então teve que se contentar em passar frio, como todo mundo.

Um comentário:

Olá. Você, sendo você mesmo, não é bem vindo aqui. Mas se você for qualquer outra pessoa, sente-se no chão e coma uma xícara de café.

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