segunda-feira, 14 de maio de 2012

Roendo a purpurina do rabo alheio.

Às vezes, ler a notícias é ridículo. Você dispõe de tempo e concentração para se dedicar a algo que lhe interessa e não encontra o interessante, só o despreparo de um indivíduo que imagino eu deva ganhar horrores, para pagar a vergonha própria de vincular um trabalho de merda em escala nacional.
Vezes é ridículo comprar roupas. Ao não conseguir encontrar uma calça que não adorne o cu de purpurinas e lantejoulas, chego a pensar que o vestuário bizarro popular oriunda da falta de opção e não da falta de noção.
Vezes é ridículo acessar a internet. Por mais opções que tenha no buscador, sou tendencionada em minha busca a, pelo prático, ver a informação mais popular, que tem tanta profundidade quanto um lago nordestino.
As setas não são mais uma opção e sim um direito a não ser rejeitado. O prático a ser louvado.
Comer a própria comida ruim dá um murro na cara da fome. Mas quanto mais se paga aos outros por tarefas que você mesmo pode fazer, mais próximo se está de um fiel que investe dez por cento de seu salário em um cristo resolvedor de problemas.
Santificada seja esta pregüiça e o vão dos teus dentes, cheios de purpurina de cu alheio. A praticidade te deu todas as opções e com elas lhe meteu rédeas e atrofiou suas mãos. Não escreve nem fala suas opiniões, não busca, só encontra e agrega. Não lembra o nome do site. O nome da rua. O nome da cerveja diferente. E muito menos fez nada disso.
Você tem mão e sangue, tua merda tem que ser limpa, tem que acordar cedo e ir embora e voltar para fazer seu almoço. Tem que costurar sua cueca rasgada. Falar o que faltou, jogar fora o que sobra. Tentar mais uma vez, porque este dia, enfim, será diferente.
Depois de várias, a cerveja vira vento. O copo de água não é atraente, mas é necessário. Ir pega-lo não vai resolver sua vida, mas não ir faz feder seu rabo, enquanto ele molda o estofado da cadeira.

2 comentários:

  1. Você está certa, a bizarria comum é oriunda sim da falta de opção e não de noção.

    Porém, acrescendo que é mais falta mesmo de imaginação.

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  2. Depois que escrevemos o texto não é mais nosso.

    É uma lição boa de se aprender, mas difícil.

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Olá. Você, sendo você mesmo, não é bem vindo aqui. Mas se você for qualquer outra pessoa, sente-se no chão e coma uma xícara de café.

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