terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Larry, o menino monstro



- Vai lá, Larry. Levanta esse nariz. Mais. Mais um pouco. Aí! Agora, estufa o peito e ande com os braços um pouco longes do tronco. Como quem está com o sovaco assado. Isso, assim! Mas para de andar se balançando feito bonecão do posto. Seu ridículo. Deixe a coluna reta, vai falar com a galera. Você tem muita coisa pra dizer, Larry. Muita coisa que está dentro de você virando estrume precisa ser cospida. Eles tem que te ouvir, depois de tudo o que você passou. Você é foda, Larry. Você é muito foda. Tá todo mundo querendo te aplaudir, cara. Falar com você. Só não falam porque tem medo de você os acharem idiotas. E são todos idiotas. Perto de você que pensa rápido, que tá caindo do penhasco, que quando engrossa a voz sai sempre na razão. Eles querem ser como você e elas querem dar pra você. O inverso também serve. E sabe porque? Porque você representa, cara. Todo mundo olha nos seus olhos e sabe o que você fez. O jeito que você bebe a cerveja é muito foda, Larry, mas você pode com a cachaça. Virar 4 São Francisco na seqüência e sair de boa. Jogar bilhar então? Hahahaha, eles vão todos tomar um pau seu. Um pau bem grande e grosso. Como o seu que tá latejando agora. Como olhar praquela menina ali. Mas você também quer brigar. Quer sim. Quer sim, você tá vendo aquele cara do outro lado da rua, rindo? É de você, Larry. Ele quer te foder, te queimar com a galera, te desmoralizar. Aquele cara ali, de peito estufado e nariz empinado. Muito metido a pá. Ele deve dizer coisas horríveis sobre você. Todos eles ali estão rindo de você. Chute ele pra ele rolar até o fim da Augusta. Tem que tomar um pau pra ficar ligeiro, pau, como o seu que está latejando agora, como olhar praquela menina ali. Ela é uma vadiazinha que você nem conhece e provavelmente nunca mais vai ver. Meter e tirar, meter e tirar, meter e tirar, isso Larry! Isso Larry, esse bolo que tá descendo do seu nariz, joga na boca dela. Ela vai gostar. Porque você é você e você é foda, você anda no meio da calçada estreita, seu físico é um colete de balas, você não precisa de licença, de favores, você paga mais cerveja, você vai lá agora pagar mais cervejas, mais cachaça, vai jogar apostando e ganhar todas. Você vai lá agora e gozar na cara dela. Ela parece que não te quer. Mas foda-se, gruda ela. Ela te chutou o saco, mas você é foda. Você deixou que isso acontecesse. Mais uma, Larry. Porque você não vai dormir. Você não vai comer. Você tem que melhorar das suas dores. Você está um lixo, Larry.
Aaaaahhhhn...Vamos lá, Larry. Levanta esse nariz branco. Mais.

6 comentários:

  1. Eu quero um Larry pra mim... só preciso comprar uma coleira antes.

    Te gosto, irmã.

    Inté qualquer dia!

    F.

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  2. Pois é, Larry. A cada tiro, um rolê pelos mundos...

    www.blogdoescroto.wordpress.com
    @blogdoescroto

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  3. "[...]Você enxerga muito, Doutor. Mas é forte o suficiente para apontar essa poderosa percepção para si mesmo? Que tal? Por que não? Por que você não olha para si mesmo e escreve o que vê? Sabe, talvez tenha medo..."

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Olá. Você, sendo você mesmo, não é bem vindo aqui. Mas se você for qualquer outra pessoa, sente-se no chão e coma uma xícara de café.

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