domingo, 5 de setembro de 2010

Sobre a dualidade



Minha nêga de ceroula,

Depois de anos de total incredulidade quanto testes de personalidade e seus resultados óbvios e genéricos, encontrei um teste na Superinteressante realmente muito interessante. Este teste, com base nos 5 Grandes Fatores (extroversão, neuroticismo, consciência, afabilidade e abertuda à experiências) de Robert McCrae e Paul T. Costa, leva em consideração algo que eu sempre julguei como o fator determinante para as relações humanas: a dualidade e principalmente a falta de jeito para lidar com ela.
Ao ouvir pessoas falando sobre a conduta de outras, percebe-se que o que parece determinar o caráter são fatos isolados e quanto mais extremado ele for, mais parece incorruptível este caráter. Mas eu não acredito nisso. Acredito na dualidade humana. Uma situação envolve n de fatores, enquanto outra envolve z fatores. E em vista disso, as percepções são incentivadas a tomarem rumos diferentes, mesmo que a situação seja parecida ou superficialmente igual. Logo, eu creio na burrice do primeiro aluno da sala, na compaixão de um serial killer etc.
O nosso hábito de pré-conceituar pessoas nos leva ao equívoco de acreditar que com poucas informações podemos saber do que ela é capaz. E assim, podemos acabar por descarta-la se ela não nos for interessante, precoceituosamente. Então ocorre a não-otimização de serviços, desgaste físico e emocional e bloqueios que não protegem, só limitam. Claro que, ao acompanhar uma ação e principalmente uma reação de alguém pode-se entender mais sobre ela e suas características, mas isso não quer dizer que ela tenha o traço mais acentuado que uma característica oposta, trata-se apenas de uma forma diferente, tanto de idéias quando de posição, de se perceber as coisas.
O teste tem 40 perguntas sobre conduta e dá para se contradizer no decorrer delas, sem que esteja mentindo. Cada resposta marca uma bolinha no gráfico final - que é a resposta - em uma determinada característica, variando o grau em que ela foi percebida. No final, dá para notar características opostas na mesma pessoa em intensidades diferentes.
Explicando melhor, vou mostrar:



Quanto mais ao extremo a bolinha, maior a intensidade observada de tal característica.

Se pensar um pouco sobre o resultado, acho que dá para perceber-se um pouco melhor sobre algo além de ser engraçado, chato, inteligente, mesquinho dentre outros. Dá para perceber que todos fazem parte e estudar se o tempo e espaço em que tal característica é estimulada tem algum padrão. Isso funcionou comigo depois de meu teste e achei muito bom onde meus pensamentos me levaram, me fazendo perceber algumas coisas que antes não havia percebido, como se eu colocasse um espelho frente ao passado.
E esse teste também me levou a pensar no seguinte: será que uma pessoa pode reconhecer outra por esse teste ou mesmo não reconhecer mas após saber de quem se trata concordar com ele?

Talvez esse teste seja uma merda para você, mas ele me fez associar coisas que antes, eu não havia. E para mim, ao menos alguma coisa valeu a pena nessa madrugada.

7 comentários:

  1. é, bem interessante seu texto. Estava pensando sobre isso ontem mesmo. Vou fazer o teste e minhas dúvidas serão esclarecidas (:

    valeu a dica.

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  2. Mas do mesmo modo que só agora tu associou coisas sobre si, quem visse o gráfico, e soubesse que fosse teu, acabaria discordadando por não te conhecer tanto a ponto de fazer as mesmas associações que tu disse?

    Fiz o teste, como disse ontem, não gostei. Testes de personalidade nunca são abrangentes o suficiente. Me sinto resumido, deformado, quando vejo o resultado.

    Queria ter podido ficar acordado ontem. E beber tudo isso direto da fonte. =)

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  3. Já tinha feito esse teste.
    Fiz de novo e deu praticamente a mesma coisa.
    Digo praticamente porque acredito que nossa personalidade é influenciada pelo externo. Não estou dizendo que ela muda constantemente, mas toma uma forma diferente em alguns momentos.
    Gostei muito do seu texto.
    Comparando com a sua, minha personalidade até que é bem parecida. Menos em Constante/Instável e Agradável/Independente. Nesse caso, somos inteiramente opostos!
    rsrs

    Beijos;*

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  4. Concordo com você...

    Existem muitas abordagens da psicologia que consideram a complexidade de fatores, características, atitudes. Em verdade, me lembrando aqui, não há nenhuma psicologia que não considere isso.

    Mas recomendo particularmente a Psicologia Analítica de Jung - que escreveu uma tipologia muito interessante (fluida e pessoal). São as conhecidas atitudes de introversão e extroversão. Além das funções: pensamento, sentimento, sensação e intuição.

    Por outro lado, a PNL, programação neuro-linguistica, conseguiu provar que cada um tem uma complexidade para os mais simples comportamentos, como pensar no futuro, pensar em um avestruz safado, etc, etc.

    Parabens pelo blog!!! Você já pensou em publicar como livro ou você já publicou?

    http://felipedesouza-psicologo.blogspot.com/

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  5. Vejo agora, um outro lado seu nesse texo.

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  6. Não curto testes.
    A sua sabedoria é melhor que eles.

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Olá. Você, sendo você mesmo, não é bem vindo aqui. Mas se você for qualquer outra pessoa, sente-se no chão e coma uma xícara de café.

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