segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Viva a geração hi-tech.

Bem,

Hoje de manhã encontrei aqui em casa um anúncio de ofertas para o dia das crianças, cheio de celulares, câmeras digitais e notebooks. Não me escandalizei com o anúncio, afinal não é de hoje que eu descobri a preferência da galera mirim atual. Inclusive, lembrei da minha infância.
A princípio, quando eu tinha lá pelos 5 pra 6 anos, minha alegria nem sempre era ficar correndo pra cima e para baixo. Nem com bonequinhas de pano, ou pipa e peão. Vezes, eu desenhava ou escrevia bobagens. Gibi, eu lia as dezenas. Passava tempos em cima de enciclopédias e atlas. Televisão, tinha desenhos e programinhas infantis pra todo gosto. Assistia X-Tudo, Cavalo de Fogo, Caverna do Dragão, Shurato, Troopers, Guerreiras Mágicas, TV Cruj, Pokemon, Digimon, Glub Glub, Ursinhos Carinhosos, Corrida Maluca - pô, dos meus preferidos -, Pegue o Pombo, Pica-Pau, He-Man - tá, disso eu me envergonho...
Mas, meu negócio eram os jogos de tabuleiro. Mas não era sempre que eu tinha quem jogasse comigo. O pessoal preferia outras coisas, na maioria das vezes. E jogos de tabuleiro não dava para jogar sozinho.
Até que, ele chegou aqui em casa: Um Compaq Presario Preto. Não lembro as configurações. Se não me engano, era 1,5 GB de HD. Mas naquela época, não era preciso mais do que isso para jogar o que tinha disponível. Xadrez, dama, dominó, gamão, paciência, ludo. Tudo lá, naquela caixinha. Só eu e ela.
Claro que não parei por aí. Depois apareceu os joguinhos que vinham em revistas de CD-ROM, os joguinhos em flash e depois em Java na internet. Nossa, demorava anos pra carregar um daqueles, mas sempre achava que valia a pena. Hoje, se o computador não carrega uma página em 3 segundos, já estou eu clicando em tudo quando é botão pra ver alguma coisa mexer. Santa impaciência que carreguei da minha geração. Mas a geração perfeita, qual foi?
No mundo online, conheci outras pessoas. Meus amigos vinham em casa para jogarmos no computador. Mas isso não era sempre. Não raro, estavamos lá, brincando de três marias, de contar estrelas, de fazer pedido pra avião - alguém já fez isso, he?
E sabe, apesar dessa infância que muitos conservadores vão criticar, apesar de algumas coisas eu adorei minha infância. Corri quando quis, joguei, pulei, cantei - e desafinado pra caramba -, toquei instrumentos, joguei capoeira, dancei, dei estrelinha no meio da rua, sumi bairro a fora na minha bicicletinha roxa, joguei vários jogos online, de revistas de CD-ROM, passava horas em frente o PC, em frente a televisão, mexendo no vídeo cassete.

E não acho que fui menos criança por isso.
O que me incomoda nas crianças de hoje não é se elas sabem manusear equipamentos de ponta e se gostam deles. Só o fato de que elas não querem mais ser crianças. Querem ser metidas a adulto, falar difícil, namorar e sei lá mais o que. Querem formar a raça mais chata que há no mundo. Decoraram umas frases dos pais e saem por aí vomitando pra dizer que são sabidas. Imagine uma legião de Maísas no mundo? Vixe!

Ser criança, enfim, é não ter poluído os olhos com toda essa sujeira que há no mundo. Apenas vê e aceita aprender, entender. Sem preconceito, sem essas tolices que nós temos de achar que sabemos de tudo. Isso é criança; independente do ano de nascimento.

É, feliz dia das crianças. Para aquelas que ainda sobraram.

10 comentários:

  1. Não acho que sejas da geração hightech, mas sim de uma transitória, um meio-termo sabe?

    bah e dos programas e desenhos, só não lembro do tal de troopers, o resto lembro de todos...
    ^^

    e realmente, essa "adultização" chega a ridiculos, já vi meninas de uns 11/12 anos, com umas roupas e maquiagens de verdadeirs quengas, lamentável, ninguém mais se interessa em aprender violino.

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  2. Primeiramente, parabéns pelo texto. Ficou muito bem escrito e conseguiu me prender a ele.hehe.

    Em relação a essa geração que você chamou de high-tech, também não considero uma infância perdida. Elas apenas acompanharam as mudanças que a tecnologia e os pensamentos modernos trouxeram para nós. Se os jovens,adultos e idosos mudaram com isso, porque logo elas,tão indefesas, iriam escapar?

    No entanto, considero mudar hábitos,brincadeiras uma coisa inerente aos tempos de hoje, só acho uma babaquice a lavagem cerebral que fazem com que as crianças queiram ser protótipos de adultos. Isso sim é perder uma infância.
    Enfim,concordo com tudo que disse aí acima,acho que só mudei as palavras.

    Abraços

    http://www.progestgrow.blogspot.com/

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  3. Mt bom o texto e interessante.

    O q acontece q as pessoas mudam conforme a tecnologia. As crianças de hoje em dia estão mt espertas e adoram novidade.

    visite tbm:
    http://atitudescertasdeumagarotaimperfeita.blogspot.com/

    bjs!

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  4. Hoje eu sou imensamente ligada em tecnologia, mas quando eu era criança não. Vivia na rua, mas adorava tv. AMAVA cavalo de fogo.
    Mas não tem jeito, mesmo eu tendo cursado pedagogia e aprendido o quanto e ruim para as crianças esse excesso de tecnologia desde cedo, e dificil tirar isso delas, com o mundo de hoje...

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  5. Eu sempre gostei minha mãe sempre me dava um brinquedo e um livro, só que só brincava quando os lia, minha mãe me estimulou a leitura.

    Parabéns pelo post foi maravilhoso

    BLOGdoRUBINHO
    www.blogdorubinho.com.br
    www.twitter.com/blogdorubinho

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  6. Eu me senti um pouco dentro da sua infância, porque foi bastante semelhante à minha (pra não dizer idêntica).

    E concordo com sua posição no final do texto, ainda mais sendo professor de crianças (sim, eles são) de idades de 13 a 15 anos.

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  7. Ah, em algum momento a regra do vintage vai se aplicar às crianças também e voltar-se-á a ter algo que preste entre esses pseudo-adultos. Provavelmente desejarão aos filhos as infâncias que se privaram, e que, se notarem, seria tarde demais and so on.

    Alguns dizem que nunca é tarde demais, e eu discordo. Na minha opinião, sempre é tarde demais. Sempre.

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  8. As gerações vão passando e se modificando, é fato de que era muito mais saudável antigamente. A mulecada de hoje tá ficando lezada com tanta tecnologia que deixa tudo "mastigado" pra elas.

    Demais este blog!

    Tenho um selo pra ele:

    http://bullshitrock.blogspot.com/2009/10/3-selo-este-blog-tambem-e-cultura.html


    Abraço!

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  9. na representação q tenho da minha infância, eu fui, infelizmente, uma dessas insuportáveis maísas ambulantes (talvez porque percebesse que alguns adultos adoram). a gente só se dá conta q ninguém é absolutamente prodigioso depois que cresce e decide, enfim, andar com as próprias pernas. e é aqui, agora, que há sempre este espaço pra brincar, atemporal, a infância absolutamente prodigiosa que não se manifestou com tanto brilho anos atrás. =)

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Olá. Você, sendo você mesmo, não é bem vindo aqui. Mas se você for qualquer outra pessoa, sente-se no chão e coma uma xícara de café.

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