Fácil tava de ganhar aquele jogo. Viu no olhar de quem assistia a respiração presa, a angústia grudada, aguardando aquele momento.
Mas ela só tinha um dois de paus.
Todos davam tapinhas nas costas, cantavam vitória, anunciavam revanches
E ela pensava em como podia morrer ali mesmo e sumir com sua jogada ruim ao mesmo tempo
Faziam canções de improviso, marcavam festas, mandavam avisar aos amigos
Ela suava. O river ainda não abriu. Era mesmo impossível?
Trouxeram bebidas. Perguntaram a comida favorita. Tiravam fotos. Escreviam discursos
Tudo é possível, pensando bem
(A carta vai virar agora. O carteador enrola, brinca com o sofrimento da platéia. Brinca com todo aquele estardalhaço)
Não, é muito absurdo.
Ele vira a carta.
Trinca de dois. Ela ganha.
A festa já não contida tinha tanta fome que se engole e se come com dente e tudo. Faz um buraco negro e GLUP!
Ela acorda. Não tem um tostão e não lembra de nada que houve.
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..."fome que se engole e se come com dente e tudo"...
ResponderExcluirInoxidável.
Se engole até o último dente.
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